Camarão do Léo

Casamento é sempre sinônimo de gula. As lembranças que tenho de infância e adolescência são desesperadoras porque eu tenho um pequeno TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo): sempre quero provar um pouco de cada coisa e não consigo deixar a festa antes de experimentar absolutamente tuuuuuuuuuuuuudo! Imaginem uma mesa repleta de doces, cada um em um formato, você come um e pensa: “acho que aquele é melhor”. Aí você come o outro e pensa que aquele da ponta da mesa parece ter avelã dentro, e aquele do meio com certeza é o melhor e você se estica por cima da mesa, suja a camisa, mas pega e come uns 5 dele e aí quando você nota já comeu uns 38 docinhos em meia hora.

Então, eu fui a um casamento de uma prima em Recife. E fui pensando que tinha que me controlar desta vez. Pensei assim: "Se eu jantar direitinho consigo me controlar mais na festa". Jantei, comi sobremesa, belisquei uns biscoitinhos e fui pro casamento. Detalhe: a minha querida prima só atrasou duas horinhas pra chegar no casamento e até o padre narrar a história da vida dos noivos do dia que nasceram até chegar ao altar, o que eles deviam fazer pelos próximos 10 anos de casado e nas bodas de ouro, já tinham se passado outras duas horas e eu já tremia, tremia de fome! Mas é claro que eu não ia ser aquele da família que todos chamam de morta fome e mal educado. Então fiz a cena, rejeitei o primeiro prato de salgados, quando chegou o segundo comi só alguns e depois que as pessoas começaram a dançar e todos voltaram sua atenção pra pista de dança comi, comi salgados, comi todos os sabores de doces que tinham na mesa (gente tinha Ferrero Rocher!!! comi uns 10!!), tudo que consegui e até matar a fome. E acabei a noite mais gordo, porém feliz. E no dia seguinte era domingo, dia de se despedir, pegar a estrada e voltar cada um pra sua casa, mas não antes do famoso almoço em família.  Depois de horas sem saber para onde ir, porque tudo em Recife é eternamente lotado, e dia de domingo então... Digamos, é TERRÍVEL! Para se achar um lugar para comer, ainda mais quando temos 36 pessoas pra acomodar (E olhe que nem metade da minha família foi a esse casamento. Minha vozinha realmente é a prova de que a televisão controlou a natalidade no Brasil).

Decidimos depois de muita indecisão ir ao famoso “Camarão do Léo”. Quem mora em Recife o conhece pelo preço que dizem ser imbatível e pelos camarões que dizem ser divinos.

Como era muita gente pedimos logo todos os pratos de uma vez só. “Camarão à Milanesa”, “Camarão ao alho e óleo”, “Peixada com camarão ao Léo” e pra quem não queria camarão uma “Carne de Sol Sertaneja”.

Não precisa dizer que eu provei tudo né? E enlouqueci pra conseguir fazer uma foto dos pratos antes que todos comessem tudo, porque demoramos pra escolher e tudo demorou para chegar. Olha como ficou o meu prato aí em baixo (É pra dar um crédito na arrumação viu? Afinal como eu disse tive que ser rápido na montagem, porque a concorrência era grande!)

Começando pelo atendimento, se comparado a Maceió, foi ótimo, porque o restaurante tinha fila de espera de tão cheio que estava e conseguimos todos os pratos em menos de 1 hora. Assim que cheguei pedi logo um suco de tangerina e me deparei com isso:

Parecia uma “Kisuque” da Angélica, daqueles 100% natural. Agora vamos aos pratos:

  

Camarão à Milanesa, que acompanha arroz à grega e fritas.  Simplesmente delicioso. O camarão, porque as fritas na maioria dos lugares, inclusive lá, são sempre fritas, básicas (Com exceção do Mcdonalds que são feitas por freiras cegas, albinas e anãs da Alemanha e que por isso são divinas). Arroz à grega...HA! sem graça...E nem consegui tirar foto dele, comeram tudo, porque foi o primeiro prato que chegou na mesa.

Camarão ao alho e óleo, que tinha mais fritas e pirão.  O camarão também estava gostoso, quando se achava um, porque esse prato é uma enrolação, deviam colocar assim no cardápio: “Cabeças de camarão e 5 camarões ao alho e óleo”, porque era praticamente isso. O prato era só batata frita, que é o truque do lugar pra deixar os pratos cheios, e muuuuuuuita cabeça de camarão (#truque).

Peixada com camarão ao Léo, que acompanha arroz branco, legumes, ovos cozidos e pirão. Suuuuper delícia, e com um pirãozinho então!!muito bom!!

Carne de sol sertaneja com arroz branco (denovo!), feijão verde, farofa de ovos, fritas e vinagrete. Os acompanhamentos eram bem básicos, até o feijão verde, que eu normalmente amo em quase todo lugar estava sem graça. Já a carne de sol na chapa, com queijo coalho em cima, tive que lutar por um pedaço, porque foi um pedido da minha avó e ela não divide comida, NUNCA! Tá certo, coitada, ela me dá um pedacinho quando eu imploro. Mas gente, a carne de sol estava tão macia que se não fosse pelo sabor iria duvidar que era carne de sol. Muito bom mesmo!!  Agora o melhor de tudo, que me matou de tanto rir foi a conta, não pelo valor, mas por como veio descrita:

Refeição – 1 unidade – R$49,50

Refeição – 2 unidades – R$119,80

Petisco – 6 unidades – R$21, 60

Pense como foi divertido conferir uma conta dessas! Já viu isso? Uma conta que não discrimina nada? Coisas do nosso Brasil!! Então chamei o garçom e fizemos um bingo: “Quem pediu caldinho de feijão levanta a mão!”, “Quem pediu Coca-cola levanta a mão!”. E assim conferimos a conta.

Enfim, o Camarão do Léo é ótimo, o preço é mais que justo, todos os pratos oscilavam entre R$49,00 e R$60,00 e serviam 3 pessoas, pelo menos os que pedimos, e o atendimento funciona, diferente de muitos lugares por aí a fora. Mas digo que o Léo poderia ser muito melhor se caprichasse mais nos acompanhamentos e servisse menos cabeças de camarão.