Farofa d'água

Seguindo viagem, depois de comer horrores em Recife, decidi passar um tempo em Natal, afinal férias são para curtir e comer, muito, mesmo que depois seja necessário você fazer uma dieta à base de água e luz pra voltar a caber nas suas roupas.

Bem, chegando em Natal comecei a ter várias lembranças do ano de 2005. O ano que marcou o fim da minha paixão por macarrões instantâneos. Sabe gente, neste ano em questão eu era universitário, sem problema algum com meu metabolismo, ou seja, eu comia, comia, comia e quando me pesava tinha perdido uns 2 kilos. E junto com meus amigos de turma decidi ir a um congresso em Natal. Certo, vocês sabem como são congressos universitários né? Precisa dizer? Vou resumir:

Dia 01 – Ninguém pisa no congresso. Barzinho, boate, barzinho, dormir.(O mesmo para o dia 2,3,4, 5).

Dia 06 – Retorno da viagem. Todos estão cansados, sem paciência e doidos pra chegar em casa.

E foi assim o meu congresso. Só que eu deixei o maior detalhe para depois, obviamente. Porque você deve estar se perguntando: “E o que você comeu todos esses dias?” Afinal universitários não tem dinheiro para restaurantes e em albergues não existem refeições inclusas.  Agora é preciso perguntar? É difícil saber que ninguém sabia ou tinha paciência de cozinhar e que todos comemos macarrão instantâneo por uns 6 dias e em todas as refeições? Pois é gente, comi macarrão de bacon, frango, carne, queijo, cremoso, oriental, mexicano, tailandês, enfim quando eu saí de Natal não existiam mais opções que eu já não tivesse experimentado.

Pois bem, essas lembranças só são engraçadas para mim agora, porque na época tinha vontade de morrer toda vez que alguém comia ou falava as palavras “macarrão instantâneo” perto de mim. Mas pra minha felicidade passaram-se anos desde então e em 2012 eu tive a oportunidade de realmente aproveitar o melhor de Natal, ou seja, curtir as praias e comer bem! E procurei, procurei, passei por uns suspeitos... Que obviamente não entrei porque, alguém encararia esse aqui abaixo?

E finalmente encontrei um super bem recomendado na cidade, que tem um nome bem diferente “Farofa d´água”. Depois de olhar o cardápio de traz pra frente, sem saber o que ia pedir, porque as opções pareciam todas ótimas, decidi pela “Carne de sol com queijo coalho” e implorei ao garçom: “Por favor traga logo porque eu acabei de chegar da praia e estou desidratado e morto de fome” (Não foi bem assim que eu disse, porque fiquei com medo de ele me achar louco e com cara de caloteiro, mas no fim das contas pedi “pressa”). E pra minha felicidade, assim como Recife, Natal tem um excelente atendimento em restaurantes, pelo menos nos que eu fui. A comida chegou rápido e até “bom apetite” o garçom disse. Vejam como a mesa ficou farta!

Agora vamos os detalhes. A “fafora d’água”, que dá nome ao restaurante é totalmente passável, bem básica.

Mas pra compensar eles servem uma delícia de “pirão de queijo”, que pode não parecer tão bom na foto, mas quem já provou sabe, dá vontade de comer um balde dele! Muito bom mesmo!

E o prêmio de destaque do dia vai para carne de sol com queijo coalho. Gente! Nunca tinha comido uma carne de sol tão diferente. Primeiro: Era super macia, Segundo: Mega suculenta, Terceiro: Diferente de todas as outras que já comi, não era do tipo que deixa fiapos entre os dentes. Muito boa, realmente acho que é um tipo de carne de sol que só tem no farofa d’água.

Agora vejam como ficou o meu prato! Ficou bonito? Mesmo morrendo de fome dessa vez me preocupei em montar um prato bonito e tentar tirar uma foto boa!! Acho que estou começando a aprender a tirar fotos!

E pra terminar deixo uma dica: A mesa farta que vocês viram na foto lá em cima é uma porção  vendida para duas pessoas. Agora vamos combinar né? Duas pessoas que foram resgatadas de uma ilha depois de um mês sem comer nada além de banana, porque essa porção é gigante! Ou seja, serve tranquilo 3 pessoas ou até dependendo da fome umas 4. Enfim, se você dividir o prato por três consegue baixar de R$42 para R$28 o custo por pessoa. (#fikdik)